Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 6: Capítulo 6

Página 36
Ocupou pois o seu lugar, num extremo, e, com um trejeito, a pequena afastou-se para a outra ponta. Entre todos os pequenos se trocaram cotoveladas, piscadelas de olho e segredos, mas Tom sentou-se muito calado, com os braços em cima da carteira na sua frente, e pareceu absorto no livro. Pouco a pouco a atenção dos outros desviou-se e começou de novo a ouvir-se o murmúrio habitual. Passados instantes, Tom principiou a deitar furtivamente os olhos para a pequena. Vendo isto, ela fez-lhe uma careta e virou-se para o outro lado; quando em seguida se voltou, tinha na sua frente um pêssego. Afastou-o, mas Tom tornou a pô-lo lá. Desta vez rejeitou-o com menos animosidade; pacientemente, Tom colocou-o diante dela e escreveu na pedra: «Faz favor de o aceitar - tenho mais.» A pequena olhou para as palavras mas ficou na mesma, e Tom começou a desenhar uma coisa na pedra, procurando esconder o seu trabalho com a mão esquerda. Por uns momentos a pequena fingiu não dar por isso, mas a curiosidade foi mais forte e ela fez um movimento para espreitar. Tom continuou a desenhar, até que a pequena, dando-se por vencida, pediu em segredo:

- Deixa-me ver.

Tom mostrou parte da triste caricatura de uma casa, com duas abas de telhado e uma espiral de fumo a sair da chaminé. Então, já interessadíssima, esqueceu-se do resto e, quando Tom acabou o desenho, olhou-o atentamente um instante e disse:

- Está bonito. Vê lá se és capaz de fazer um homem.

O artista desenhou um homem em frente da casa, um homem que parecia um guindaste. Tinha as pernas tão altas que podia saltar por cima da casa, mas a pequena não era exigente e, satisfeita com o monstro, segredou:

- O homem é bonito! Agora põe aí o meu retrato.

Tom desenhou uma ampulheta com uma lua-cheia em cima e braços e pernas de palha. Nas mãos, de dedos abertos, colocou-lhe um leque enorme.

A pequena comentou:

- Está tudo tão bonito! Gostava de saber desenhar.

- É difícil! - segredou Tom. - Eu ensino-te.

- És capaz disso? Quando?

- Ao meio-dia. Vais a casa almoçar?

- Fico, se tu ficares.

- Está bem, está combinado. Como te chamas?

- Becky Thatcher. E tu? Ah! Já sei. Thomas Sawyer.

- Isso é o nome que eles me chamam para me bater, mas quando sou bom rapaz sou Tom. Chamas-me Tom, sim?

-Chamo.

<< Página Anterior

pág. 36 (Capítulo 6)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Aventuras de Tom Sawyer
Páginas: 174
Página atual: 36

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174