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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 5

- Se me maças muito com esse palavreado, atiro-te com uma pedra à cabeça.

- Ah! Com certeza que sim.

- Pois claro que atiro.

- Então por que não atiras? Para que estás há que tempos a ameaçar se não o fazes? Tens medo.

- Não tenho medo!

- Tens.

- Não tenho.

-Tens.

Outra pausa em que ambos continuaram a olhar-se e a olhar em volta. Instantes depois estavam lado a lado e Tom disse:

- Tira-te daqui.

- Tira-te tu.

- Não tiro.

-Também eu não.

Assim ficaram os dois, a pequena distância um do outro, empurrando-se com toda a força e olhando-se rancorosamente. Nenhum quis ceder e, depois de lutarem até ambos estarem suados e vermelhos, largaram-se, vigiando-se cautelosamente um ao outro, e Tom disse:

- És um cobarde e um cachorro. Hei-de fazer queixa de ti ao meu irmão mais velho, que é capaz de te esborrachar só com um dedo, e hei-de pedir-lhe que te bata.

- A mim que me importa o teu irmão mais velho? Tenho um ainda mais crescido do que ele, e que é capaz de te atirar por cima daquele tapume.

(Ambos os irmãos eram imaginários.)

- É mentira.

- Isso era o que tu querias, que fosse mentira.

Tom fez com o dedo grande do pé um risco no chão e disse:

- Se dás um passo para cá dou-te uma sova que nem te tens em pé. Seja quem for que se atreva, apanha!

O recém-chegado passou prontamente por cima do risco e respondeu:

- Sempre quero ver se és capaz de fazer o que prometes.

- Sai da minha vista; deixa-me em paz.

- Disseste que me batias; por que não bates?

- Com certeza que bato e não custa caro...

Então o desconhecido tirou da algibeira duas moedas de cobre e ofereceu-as, desdenhosamente, ao outro. Tom empurrou-as para o chão e no mesmo instante ambos os rapazes rolaram e espernearam na rua, agarrados um ao outro como gatos. Talvez durante um minuto, socaram-se, puxaram o nariz e o cabelo um do outro, rasgaram o fato, cobrindo-se assim de poeira e de glória. Pouco depois a luta entrou em nova fase e, no ardor do combate, Tom apareceu escarranchado no outro, socando-o com os punhos fechados.

- Toma! Toma!

O rapaz procurava libertar-se e chorava, principalmente de raiva.

-Toma!

E a pancadaria continuava.

- Basta...

- Isto é para saberes. Para a outra vez vê primeiro com quem te metes.

O desconhecido afastou-se, sacudindo o pó do fato, soluçando e fungando; de quando em quando olhava para trás com um movimento de cabeça que representava uma ameaça do que faria a Tom na primeira ocasião em que o apanhasse a jeito.

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Páginas: 174
Página atual: 5

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 7
Capítulo 3 12
Capítulo 4 17
Capítulo 5 25
Capítulo 6 30
Capítulo 7 38
Capítulo 8 43
Capítulo 9 47
Capítulo 10 52
Capítulo 11 57
Capítulo 12 61
Capítulo 13 65
Capítulo 14 71
Capítulo 15 76
Capítulo 16 80
Capítulo 17 88
Capítulo 18 91
Capítulo 19 98
Capítulo 20 100
Capítulo 21 104
Capítulo 22 110
Capítulo 23 113
Capítulo 24 118
Capítulo 25 119
Capítulo 26 124
Capítulo 27 131
Capítulo 28 133
Capítulo 29 136
Capítulo 30 142
Capítulo 31 149
Capítulo 32 157
Capítulo 33 160
Capítulo 34 168
Capítulo 35 170
Capítulo 36 174