Ilíada - Cap. 18: Capítulo 18 Pág. 93 / 178

p>Respondeu-lhe Idomeneu:

— Lanças, tenho muitas. Estão encostadas as paredes da minha barraca. São armas excelentes que arrebatei aos troianos mortos às minhas mãos.

— Eu também consegui arrebatar muitas mas estão nos navios, muito longe daqui, e eu estou ansioso por voltar ao combate.

— Traz quantas quiseres — disse Idomeneu—e voltemos à luta porque, se continuarmos aqui inertes, os companheiros poderão, com razão, censurar-nos.

Assim falou o chefe cretense e Merlones, depois de ir buscar uma pesada lança, apressou-se a acompanhado ao campo de batalha. Conquanto já entrado em anos, Idomeneu era forte e lançou logo o terror entre os troianos. A sua chegada fez recrudescer o animo dos gregos, que se atiraram à luta com novo ardor. Na primeira investida matou Otrioneu, guerreiro de Cabesos, que viera a Tróia como pretendente à mão de Cassandra, a mais formosa das filhas de Príamo. Dissera ele ao velho rei que daria à noiva um único e precioso presente: libertaria Tróia dos invasores, por mais valentes que fossem. E ali estava ele a cumprir a promessa quando a lança de Idomeneu o trespassou. Vendo-o prostrado, exclamou zombeteiramente o rei dos cretenses:

— Otrioneu, vai agora buscar a filha de Príamo! Mas também nós faremos um acordo contigo e te daremos a mais bela das filhas de Agamémnon, se vieres em nosso auxilio para destruir a cidade de Tróia. E fica sabendo que também somos bons sogros. Se aceitas, vem connosco aos navios para tratarmos das condições do pacto!





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