Ilíada - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 13 / 178

Voltou-se para o amigo mais querido e ordenou:

- Vai buscar

Briseida e entrega-lhes, Pátroclo. E vós, arautos, sede testemunhas, diante dos deuses e dos homens, do meu procedimento, no caso de um dia aquele cruel rei me pedir em vão que salve o seu exército da ruína total.

Pátroclo fez o que lhe haviam mandado, mas Briseida agarrou-se a ele chorando, pois quando fora capturada ele tratara-a com muita gentileza e confortava-a dizendo-lhe que Aquiles era jovem e ainda não tinha esposa e que, sendo ela nobre, talvez casasse com ela. Apesar das suas lágrimas, não havia outra alternativa e ela seguiu com os arautos pela praia, até chegar aos barcos de Agamémnon, sempre a voltar-se para olhar para trás.

Então Aquiles caminhou sozinho até à beira do mar, onde as ondas se quebravam com estrondo e os rochedos sombreavam as águas. E lá, chorando de raiva, suplicou a Tétis, sua mãe, que viesse confortá-lo.

- Minha mãe, já que me criaste para uma vida tão curta, vem em meu auxílio! Júpiter Olímpico deveria, ao menos, dar-me um pouco de glória. Mas, pelo contrário, fui duramente ultrajado pelo arrogante filho de Atreu!

Mal acabara de falar quando Tétis, surgida das profundezas do oceano se encaminhou para ele e, pousando-lhe a mão no ombro, lhe perguntou:

- Porque choras, meu filho?





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