- Tens razão, bom Nestor - respondeu Agamémnon - mas, estou cansado da arrogância de Aquiles, do seu escárnio à minha autoridade e do temperamento intempestivo que constantemente revela.
Aquiles interrompeu-o:
- Não reconheço mais a tua autoridade, rei Agamémnon. Se quiseres leva a rapariga contigo. Não o impedirei, pois tomei-a com o teu consentimento e o que um homem dá tem o direito de tirar. Mas advirto-te, no entanto, que se tocares em qualquer dos bens que trouxe comigo de Ftia, não será o sangue troiano que manchará de vermelho a minha espada.
Levantou-se subitamente, envolveu-se no seu manto e, chamado Pátroclo para que o acompanhasse, abandonou a reunião sem olhar mais para Agamémnon.
Como Agamémnon ordenara, foi preparado um navio para levar Criseida a Tebas, escoltada por Ulisses. Os gregos ofereceram sacrifícios a Apolo e este acalmou.
Então Agamémnon, chamando seus arautos, Taltíbio e Euríbate, disse-lhes:
- Ide até à cabana de Aquiles e trazei de lá a escrava Briseida. Se ele se opuser, voltai para mo contardes, pois se assim for irei buscá-la com meus guerreiros e Aquiles logo se arrependerá da sua insolência e orgulho.
E com essas breves palavras os despachou. Contrariados, seguiram os dois as dunas do mar estéril e chegaram às barracas e às naus dos mirmidões. Encontraram Aquiles sentado junto da sua tenda e da sua negra nau. Temerosos e respeitosos diante do príncipe, detiveram-se, sem nada dizer nem pedir. Mas Aquiles compreendeu o que se passava e disse:
- Salve, arautos, mensageiros de Júpiter e dos homens! Aproximai-vos. Não sois culpados perante mim, mas sim Agamémnon, que vos manda buscar a jovem Briseida.