Ilíada - Cap. 26: Capítulo 26 Pág. 130 / 178

Como sacrifício aos deuses imortais, Agamémnon matou um animal que foi atirado ao mar pelo arauto Taltíbio. Terminada a cerimónia da oferenda, Aquiles levantou-se e disse:

— Como disse o rei Agamémnon, não há dúvida de que foram os deuses que o privaram do seu juízo e nos enviaram toda esta adição. E agora, amigos, fazei uma rápida refeição para que possamos ir ao encontro dos troianos.

E, sem sequer olhar para os presentes de Agamémnon, voltou para a sua cabana.

Os mirmidões juntaram todos os presentes e carregaram-nos para os
barcos de Aquiles, conduzindo também as mulheres e os cavalos. Quando Briseida entrou na barraca de Aquiles e viu o corpo de Pátroclo, estendido sobre a cama, ajoelhou-se ao lado dele e, chorando, disse ao amigo morto:

— Querido Pátroclo, que sempre foste tão bom para mim, será que não haverá fim para as minhas tristezas? Vi o meu marido e os meus três irmãos morrerem e perco agora o meu melhor amigo entre os gregos. Infeliz Pátroclo, nunca me esquecerei de ti, nem tão pouco da tua bondade para comigo, e lamentarei para sempre a tua morte.

Tudo estava preparado para o banquete. Quando, porém, foram convidar Aquiles, ele recusou-se com animo decidido:

— Não, meus amigos, peço-vos que não insistais. Não poderei nem comer nem beber enquanto não vingar a morte de Pátroclo. Posso esperar muito bem até ao pôr do Sol sem me alimentar e estou cerro de que não me faltarão as forças.





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