Ilíada - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 77 / 178

— Poupai-me a vida e eu vos pagarei regiamente o preço da minha liberdade. Abundam o ferro, o bronze e o ouro no palácio de meu pai, que tudo vos dará pelo meu resgate, se souber que estou vivo mas prisioneiro dos gregos.

O esperto Ulisses respondeu:

— Acalma-te e responde ao que te perguntarmos. Que ias fazer longe do teu acampamento? Procuravas cadáveres para despojar? Ou foi Heitor quem te enviou para nos espiar? Fala a verdade, pois, de contrario, arrepender-te-ás.

Dolão, tremendo como varas verdes, disse:

— Ai de mim! Foi Heitor quem me persuadiu a ir até lá, prometendo -me o carro e os cavalos de Aquiles. Mandou-me verificar o que estava o inimigo a tramar e se os guardas se mantinham vigilantes.

Ao ouvir estas palavras, Ulisses começou a rir e, irónico, respondeu:

— Com efeito, não foste nada exigente no pedir! Os cavalos de Aquilo são difíceis de domar por alguém que não seja filho de um deus ou de um deusa. Mas voltemos ao assunto. Onde deixaste Heitor quando vieste par cá? Onde é que guardam as armas e os cavalos? Diz-me: Como estão organizadas as tropas e o que pretendem fazer pela manhã?

Temeroso, Dolão deu todas as informações que pediam os espião gregos:

— Heitor acha-se em conselho com os demais chefes — disse ele — perto do túmulo de Ilo. Quanto a sentinelas, sé existem no acampamento dos troianos, pois os aliados não se preocupam com a vigilância.





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