Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: XI

Página 131
e conservou-se imóvel ainda depois que o perdeu de vista, e já quando o não ouvia, nem o bater das patas do cavalo no lajedo do pátio; afinal sacudiu a cabeça, como para livrar-se de uma ideia importuna, e murmurou:

- Ora! Tudo isto é natural... Vamos trabalhar!

E foi encerrar-se no quarto.

Maurício saiu a cavalo, mas não estendeu por muito longe o seu passeio matutino. Parecia errar ao acaso, mas acaso era esse que por duas vezes o conduzia na via da casa de Tomé.

E de ambas as vezes uma cabeça de mulher aparecia à janela, ao ruído que faziam no caminho as patas do cavalo, o qual Maurício obrigava a evoluções ao chegar àquele sítio.

Essa cabeça era a de Berta, Maurício saudou-a com um sorriso e dirigiu-lhe algumas palavras de galanteio. Berta retirou-se para dentro, depois de ele ter passado, dizendo consigo:

- É uma imprudência o que estou fazendo. Vamos; é preciso cautela.

E a terceira vez que o sentiu já não apareceu para o ver.

Maurício porém estava contente com a manhã; continuando no seu passeio, dirigiu a cavalo por uma azinhaga cavada em barrancos pelas enxurradas, e depois de difícil e precipitosa descida por entre pinheirais, veio sair a outra rua mais larga, ao fim da qual havia uma residência campestre de menos má aparência.

Era uma casa branca, de um só andar e ao correr da rua, mas de sólida construção; bem caiada, bem pintada e bem esfregada. Entrava-se para ela por um pátio coberto de ramada, cercado de um muro baixo e fechado por uma meia cancela de castanho enegrecido. Dentro deste pátio pouco espaço havia desobstruído; aqui um monte de rama de pinheiro, além duas ou três rimas de achas, acolá um tronco de laranjeira partido, uma mó de moinho, dois carros desaparelhados, dornas, arados, pipas, canastras, escadas de mão e vários outros utensílios de lavoura e de uso doméstico.

<< Página Anterior

pág. 131 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 131

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515