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Capítulo 22: XXII

Página 307
XXII

Jorge apenas a Gabriela deu parte do seu projecto de jornada. No dia seguinte partiu efectivamente para o Porto na companhia de Tomé da Póvoa.

D. Luís ainda firme no propósito de não querer ver o filho, nem ouvir falar dele, nada soube desta excursão.

Maurício estranhou a ausência do irmão; mas, desde que a baronesa lha explicou, dizendo-lhe a verdade, não pensou mais em tal.

O padre, quando soube que Jorge tinha ido ao Porto, cidade que, no conceito do egresso, era um foco de corrupção, e onde mais risco havia para a juventude de infeccionar-se com a peste da maçonaria e outros males correlativos, abanou três vezes a cabeça, em sinal de mau prognóstico; mas não ousou falar das suas apreensões ao fidalgo, porque andava desconfiado, havia algum tempo, com os humores em que o via.

De facto D. Luís, depois de algumas das severas palavras que ouvira a Tomé da Póvoa, não podia vencer um tal ou qual ressentimento contra o padre, cuja imprevidente gerência tinha talvez concorrido para o estado precário da sua casa e as humilhações que sofria.

Apenas atenuava este ressentimento a ideia fatalista de que a decadência das casas nobres era inevitável, e que baldado era tentar reagir.

Para ele o padre não podia ser mais que o instrumento cego da sua desgraça irrevogavelmente decretada.

Toda a energia moral de D. Luís exercia-se pois em encarar com rosto firme a adversidade, e cair sem perder na queda a fidalga compostura do porte.

Destas sucessivas impressões que recebera nos últimos tempos, resultava para o ânimo, já de índole irritável de D. Luís, uma impaciência, uma quase permanente exaltação nervosa, que aumentava à medida que se lhe depauperavam as forças e o vigor corpóreo. Quem melhor sabia agora lidar com ele era a baronesa.

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pág. 307 (Capítulo 22)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 307

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515