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Capítulo 4: IV

Página 49
Tenho mais de vinte anos e estou resolvido a ser homem. Coro da minha ociosidade quando vejo que somente as nossas terras fazem vergonha à actividade deste povo. Tenho anos para viver, deveres de honra a cumprir, um nome para conservar sem mancha, e quero saber que futuro me preparam os gerentes da nossa casa, quero desviar a tempo de mim a tremenda responsabilidade de ser na minha família talvez o primeiro a faltar um dia aos seus compromissos. É por isso que falei e que desejo que me responda, Sr. frei Januário.

- Ai menino, menino; isso não é seu! Aí anda doutrina liberal. Eu cheiro-a a distância de léguas. Então quando o senhor seu pai me honra com a sua confiança, é acaso justo, é acaso bonito que eu seja suspeitado e interrogado por uma criança que ainda nada sabe do mundo?

- E quando hei-de aprender? Querem-me estúpido, como esses morgados que por aí se arruínam?

- Mas que quer o Sr. Jorge afinal? Então não sabe que desde que os lavradores se fizeram fidalgos ninguém luta com eles? O dinheiro está de lá; para lá vão os trabalhadores, senhor. Ora é boa! Eu acho graça a certa gente!

- O dinheiro está de lá! Mas como conseguiram eles enriquecer? Pois não diz que eram uns miseráveis?

- Ah! então quer principiar como eles principiaram, cavando com uma enxada todo o dia e furtando à boca para juntar ao canto da caixa com o fim de comprar uns bois? etc., etc. Veja se quer.

- Não principiávamos de tão longe como eles, escusávamos de tantos sacrifícios. Bastava que olhássemos com atenção para o muito que temos ainda, e que tentássemos desenredar, a pouco e pouco, esta meada que nos enleia e que nos há-de afogar a todos.

- Ora é boa! E então o que é que eu faço, o que é que eu estou fazendo há quase trinta e oito anos em que o sr.

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pág. 49 (Capítulo 4)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 49

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515