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Capítulo 7: VII

Página 81
Em uma palavra, o resultado da conferência foi exactamente o oposto ao que frei Januário prognosticara. Quem dela saiu atordoado, desgostoso e disposto deveras a não querer saber mais da administração da casa, foi o padre e não o rapaz.

Frei Januário viu com espanto esboroar-se o edifício da sua experiência, em cuja solidez ele próprio tinha a ingenuidade de acreditar, ao simples sopro de uma criança. A impressão que lhe ficou deste apertado inquérito foi tal, que o pobre homem começou a sentir um entranhado medo de Jorge, e a empalidecer só com a lembrança de uma cena como aquela.

Sempre que Jorge lhe dirigia a palavra dali por diante, já o padre previa com terror uma interpelação e ficava nervoso! Muito mais se D. Luís estivesse presente.

Assim pois, graças a estes medos, frei Januário, em vez de tornar-se vigilante em relação aos actos de Jorge, tratou de evitá-lo tanto quanto podia.

O desgraçado persuadira-se de que tinha cometido tantas faltas na sua administração, que o seu desejo era ver passar já sobre elas muitos anos para desvanecer-lhes os vestígios.

Jorge ficou pois completamente à vontade. D. Luís, interrogando o capelão, ouvira dele que Jorge estava habilitadíssimo para administrar a sua casa. Foi quanto bastou ao fidalgo para confiar cegamente no filho e para anuir sem exame a todos os seus projectos, como por tantos anos fizera aos do padre.

Portanto, sem desconfiança de pessoa alguma, pôde Jorge combinar com Tomé, em entrevistas nocturnas na Herdade, o seu plano de administração. Tomé era nestas coisas um prudente e avisado conselheiro. Estudaram ambos a maneira de remediar faltas cometidas, entraram em correspondência com o advogado do fazendeiro, por causa de uma velha e importante demanda da

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 81

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515