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Capítulo 16: XVI

Página 212
há poucos dias? Invocaste o nome sagrado de nossa mãe, a memória venerada de Beatriz, para quê? Para exigires de mim uma promessa, dizias tu, que era a de respeitar a paz de coração de uma rapariga que uma abençoara e a quem a outra quisera como a irmã; mas sob a capa dessa promessa ia a de te deixar em paz no gozo das tuas aventuras nocturnas e dos teus amores traiçoeiros e escandalosos.

- Silêncio! - exclamou Jorge com um tom intimativo que cortou em meio as palavras do irmão. - Podia perdoar-te todos os insultos feitos ao meu carácter; não posso consentir que calunies quem não está aqui para se defender, e quem tinha direito a esperar encontrar em ti um defensor e não um caluniador. Ordeno-te silêncio em nome de alguns restos de honra que ainda te deixassem intacta as companhias devassas que frequentas.

- Que é lá isso, priminho, que é lá isso? - acudiram imediatamente os dois manos.

Jorge não se intimidou.

- Não me assustam as suas ameaças. Sei agora o que significa esta espionagem e aquelas gargalhadas cínicas e alvares de há pouco. Cabe-lhes bem o papel degradante que desempenham aqui, e nem é de estranhar o conceito que formam das intenções dos outros, de que julgam pelas suas. O que lamento é ver-te associado a esta empresa, Maurício, porque, faço justiça ao teu carácter, deve repugnar-te intimamente o passo que deste.

- Em vez de sermões, priminho, não acha que seria melhor explicar-nos o que veio fazer a horas mortas a esta casa?

- Não sinto a necessidade de explicar as minhas acções diante de tais juízes. Pouco me importa a estima em que têm a minha reputação os senhores do Cruzeiro. Resignar-se-ão portanto a prescindirem das explicações que pedem.

Os dois riram-se maliciosamente. Jorge prosseguiu:

- Entendo esse riso.

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pág. 212 (Capítulo 16)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 212

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515