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Capítulo 26: XXVI

Página 363
Vai por aí, que vais bem. Digo-te eu. O Tomé tens tu do teu lado, e Luísa diz sempre com o marido; enquanto à rapariga, ela há-de reconhecer que tu não és noivo que enjeite.

Horas depois, Clemente, a quem a mãe acabara de convencer, procurava Jorge no seu gabinete de trabalho na propriedade dos Bacelos.

Clemente encontrou Jorge sentado à banca, tendo diante de si maços de papéis e de livros, que consultava com atenção.

A entrada do filho de Ana do Vedor não obrigou Jorge a interromper a sua tarefa; saudou-o com a afectuosa familiaridade que de pequeno usava para o seu irmão de leite, e continuou trabalhando.

- Bons dias, Sr. Jorge. Pelo que vejo trabalha-se?

- Que remédio, meu bom Clemente, que remédio! Estes negócios de minha casa estão de tal maneira enredados, que não fazes ideia.

- Nesse caso fiz mal em entrar; vim distraí-lo.

- Não, não, Clemente. Deixa-te ficar, que me não estorvas. O que estou fazendo não é de tal transcendência, que não me deixe falar com os amigos. Estou aqui a ver se descubro nesta papelada um documento de que preciso. Aquele frei Januário sempre tinha isto numa desordem! Eu bem sei o que ele merecia. E que me dás tu de novo, Clemente? Disseram-me que te demitiste do lugar de regedor?

- E há mais tempo que o devia ter feito, que nunca recebi senão desgostos no ofício.

- Sim, cá por este mundo, quem andar por caminho direito pode contar com encontrões que magoam - observou Jorge, sem erguer os olhos dos papéis.

- E não foram poucos os que me deram. Perdoe dizer-lho, Sr. Jorge, mas aqueles seus primos do Cruzeiro...

Jorge encolheu os ombros, fazendo um gesto de desprezo.

- Que queres tu, homem? Se eles nem para si mesmos são bons! Aquilo no Cruzeiro é uma cama de três javalis, qual deles mais selvagem.

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pág. 363 (Capítulo 26)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 363

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515