Ilíada - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 22 / 178

Príamo, que também vira Helena passar, chamou-a:

- Vem cá, minha filha. Senta-te a meu lado, se queres ver o teu primeiro marido, os teus parentes e amigos. Sei que não és culpada do que aconteceu, pois foram os deuses que provocaram esta guerra tremenda. Diz-me, quem é aquele guerreio imponente que mais parece um rei?

- Ah! - suspirou Helena, desfazendo-se em pranto. - Por que razão não me levou a morte antes de eu vir para aqui trazida por teu filho, abandonando meu lar, minha filhinha querida, meus parentes e amigos? Aquele homem é o valente Agamémnon, rei de todos os reis da Grécia e meu cunhado.

- E aquele outro, quem é? - perguntou Príamo, reparando num guerreiro de ombros largos.

- É o astuto Ulisses, filho de Laertes, o homem mais sábio e o melhor conselheiro dos gregos.

E assim prosseguiu Príamo, informando-se sobre os guerreiros gregos, quando se aproximou um arauto que lhe disse:

- Levantai-vos, ó majestade, pois os troianos e os gregos reclamam a vossa presença para afirmar o pacto de amizade. Páris e Menelau vão bater-se por essa mulher. O vencedor ficará com ela e as suas riquezas. Quanto aos outros, após firmar amizade com juramentos e sacrifícios, voltarão para as suas terras..

Pedindo ao sábio Antenor, seu conselheiro, que o acompanhasse, Príamo dirigiu-se rapidamente ao local onde os dois exércitos o esperavam, seguido de mensageiros que transportavam vinho e oferendas para um sacrifício.





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