Ilíada - Cap. 21: Capítulo 21 Pág. 109 / 178

Dizendo isso, deu o sinal de ataque e as tropas precipitaram-se para o local onde a luta se tornara mais encarniçada.

Quando os troianos avistaram Pátroclo, vestido com a reluzente armadura de Aquiles, foram tomados de pânico. Perpassou por todos os espíritos a ideia de que o impetuoso filho de Peleu tinha renunciado à sua cólera se decidira a auxiliar os companheiros. Cada um procurava com os olhos um lugar seguro onde se refugiar.

Assim que entrou na luta, Pátroclo matou o chefe dos peónios, que combatia junto à popa de um dos navios. O herói, atingido no ombro direito, rolou no pó, soltando gemidos de dor. Apavorados, os peónios fugiram e Pátroclo conseguiu extinguir o fogo que já destruíra quase metade de um dos navios.

Novamente se travaram ferozes combates pessoais entre os chefes, ficando alguns ali para pasto dos corvos. Um pouco aliviados, os guerreiros gregos respiraram com confiança ao verem os navios libertos do fogo destruidor. Mas a luta prosseguia cruenta, ante a resistência do inimigo.

Ájax não perdia Heitor de vista, pois o troiano continuava a resistir, embora percebendo que o rumo da batalha tinha mudado. Mas Heitor sabia defender-se, cobrindo os largos ombros com o imenso escudo e desviando-se habilmente das setas que sobre ele choviam.

Não demorou muito, porém, para que os troianos fugissem em debandada, saltando o fosso com os carros e os cavalos. Muitos rolaram para o interior da profunda vala.

Pátroclo continuava a atacar, instigando os companheiros a perseguirem os fugitivos. Conseguiu fazer uma barreira com os seus combatentes, cortando a retirada a grande parte dos troianos e comprimindo-os contra os navios. Em breve, os dois batalhões atacavam-se em luta corporal. O chefe dos mirmidões era quem mais se destacava, ferindo a torto e a direito sem complacência.





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