Aquiles não dera pela presença da deusa mas logo sentiu que o animo lhe voltava e dele se apoderava o antigo ardor belicoso. Levantou-se e começou a vestir a armadura que Vulcano lhe forjara com especial carinho. Primeiro, calçou as cabeleiras, ajustando-as com fivelas de prata. Depois, protegeu o peito com a couraça, suspendeu do ombro a espada de bronze e pegou no escudo. Este, de tamanho descomunal, cobria-lhe completamente a elevada estatura, despedindo um fulgor que se difundia a grande distancia. Por fim, colocou na cabeça o pesado capacete. Vulcano fizera-o invulnerável e entretecera-lhe o penacho com fios de ouro.
A seguir, Aquiles experimentou as armas, para ver se se ajustavam bem ao corpo. Verificou que estavam perfeitos, o que nem poderia ser de outra maneira, pois um deus as fabricara. Em seguida, subiu para o seu carro e entregou as rédeas a Automedante, o mesmo cocheiro que havia conduzido Pátroclo. Aquiles dirigiu a palavra aos seus dois cavalos imortais:
— Vamos, Xanto e Bálio! Levai-me ao campo de batalha! Mas espero que desta vez não deixeis o vosso chefe abandonado como fizeste a Pátroclo.
Os deuses deram voz aos animais e um deles respondeu:
— Ó poderoso filho de Peleu! Não foi por nossa culpa que Pátroclo foi morto. Apoio feriu-o para que Heitor se cobrisse de glória. Tu hoje regressarás são e salvo do combate, mas o dia da tua perdição não está longe. Também serás vencido por um deus e por um homem, e não por culpa nossa.
Observou-lhe Aquiles:
— Conheço o meu destino e não precisas de mo lembrar. De momento só penso em derrotar os troianos e vingar a morte de meu amigo.
E, fustigando os corcéis, lançou-se para a frente.