Chegando ao lugar da fogueira, depuseram o corpo no chão e empilharam a lenha. Depois Aquiles mandou dispersar as tropas, pois só os chefes deveriam assistir à cerimónia.
Quando os infantes se retiraram, mandou atear fogo à lenha e lançou o corpo do amigo sobre a fogueira bem como os doze troianos que trouxera para aquele fim.
Durante toda a noite as chamas arderam a grande altura e ouviu-se o crepitar da madeira. Quando o fogo se extinguiu, Aquiles chamou Agamémnon e disse-lhe:
— Átrida, agora é preciso regar com vinho esse montão de cinzas, de maneira que não fiquem em brasa viva. Depois recolhamos os ossos e as cinzas de Pátroclo numa urna de ouro. Para não haver engano, lembra-te de que ele ficou no centro da fogueira. Nessa mesma urna quero que mais tarde guardem os meus ossos, quando o meu destino se tiver cumprido. Quanto ao túmulo, não é necessário fazer coisa monumental. Depois de terminada a guerra, os sobreviventes mandarão construir um amplo e magnifico monumento em sua memória.
Imediatamente, mandou Agamémnon que os guerreiros executassem as ordens de Aquiles. Não demorou muito para que tudo estivesse concluído mas, quando iam retirar-se, Aquiles fez-lhes sinal que esperassem. Mandou vir do seu acampamento vários prémios que tinha preparado de antemão para os heróis que mais se distinguissem nos jogos que ia organizar: cavalos, carros, trípodes, caldeirões, ânforas e outros objectos de utilidade. Depois, de pé no meio de todos, assim falou:
— Agora, meus amigos, darei inicio a vários jogos em homenagem ao meu saudoso amigo com uma corrida de carros, cujo vencedor ganhará os cavalos e o carro de Pátroclo. Quem tiver coragem e bons cavalos que se apresente!