— Bom Nestor, não consigo dormir a pensar no amanhecer. Temo que sejamos atacados durante a noite. Venho em busca do conforto da tua sabedoria. Vamos, primeiro, verificar juntos se os vigias estão atentos e depois chamamos mais uma vez os nossos amigos, para ver se encontramos alguma solução.
Nestor levantou-se imediatamente e, ainda a enfiar a túnica e a atar as sandálias, disse a Agamémnon:
— Repreenderei Menelau por te ter deixado sozinho, numa altura em que andas a acordar todos os chefes gregos. Deveria estar a teu lado, justamente agora que mais precisas dele.
— Desta vez estás a ser injusto — disse Agamémnon sorrindo. — Reconheço que ele evita tomar decisões, mas fá-lo por puro respeito, para que eu possa manifestar sempre em primeiro lugar a minha opinião e os meus desejos. Esta noite, no entanto, levantou-se antes de mim e está, neste momento, a dirigir-se para os barcos mais afastados para convocar todos os chefes.
Nestor cobriu-se com o seu manto de lá vermelha e, junto com Agamémnon, foi acordar Ulisses. Mais adiante encontraram Diomedes, Estenelo e seus companheiros deitados do lado de fora das barracas, todos armados e preparados para um possível ataque de surpresa. Diomedes, quando soube da convocação para uma nova assembleia, ofereceu-se para ir chamar os que ainda não tinham sido avisados.
Nestor aceitou o seu oferecimento de bom grado e Diomedes partiu à procura de Ájax de Lócrida. Nestor foi elogiar pessoalmente os vigias que ia encontrando alerta nos respectivos postos, pois é sabido que o justo louvor pode fortalecer a coragem e a confiança de um homem.
Quando os reis e os príncipes gregos já estavam reunidos, Nestor foi o primeiro a falar pois todos queriam ouvir o que ele tinha a dizer.