Enquanto a ferida se manteve quente, Agamémnon continuou a lutar e a matar. Mas alguns minutos depois sobrevieram-lhe dores fortíssimas, que o obrigaram a ordenar ao seu auriga que o conduzisse para os navios. De passagem, ia exortando aos guerreiros para que não desanimassem e prosseguissem com o mesmo ardor.
Ao presenciar a retirada de Agamémnon, Heitor gritou aos seus:
— Avante, troianos, llcios e dardanios! É chegada a nossa vez! Apelei para a vossa valentia, que o mais bravo dos helenos retira-se da luta! Júpiter está connosco!
Com essas e outras palavras, Heitor, semelhante a tempestade que agita o mar, conseguiu infundir coragem e estimular o ardor de cada combatente. Ele próprio se atirou para a frente com a fúria do leão e, quantos golpes vibrava a sua espada, tantas cabeças inimigas saltavam dos respectivos troncos. Às suas mãos pereceram nove chefes e uma multidão de guerreiros. E o exército grego já estava prestes a debandar quando o audacioso Ulisses, dirigindo-se a Diomedes, o censurou com estas palavras:
— Então, filho de Tideu, onde está a tua valentia? Vem para cá, meu bom amigo, e façamos frente a Heitor, porque seria vergonhoso que ele nos fizesse fugir como crianças amedrontadas.
O bravo Diomedes respondeu:
—Ficarei, embora pouco possamos fazer, porque é evidente que Apitei protege os troianos e quer dar-lhes a vitória.
Dito isto, avançaram os dois contra a multidão dos guerreiros troianos, dizimando-a e matando alguns de seus chefes. Heitor, percebendo que os gregos, reanimados, tomavam novamente a ofensiva, atirou-se contra os dois guerreiros, que muitas falanges seguiam.