Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 14: XIV

Página 156
Pois não é assim?

Jorge corou ouvindo estas considerações de Tomé, que lhe pareciam dirigidas, olhou para ele com desconfiança e respondeu confusamente:

- Talvez seja; porém...

- Ora então segue-se que o melhor é livrar-se a gente de trabalhos e fugir das ocasiões, para que depois se não diga: «Ai, porque se eu soubesse; ai, porque o que eu devia ter feito...» Entende-me?

- Entendo, Tomé, mas afinal a que quer chegar? - interrompeu Jorge, cada vez mais sobressaltado.

- Ora eu lhe digo. A minha Berta é uma rapariga de juízo.

A confusão de Jorge redobrou. O rosto tingiu-se-lhe de rubor, em que Tomé não reparou.

- É, - prosseguiu o fazendeiro - tenho a certeza disso, mas é rapariga, e enfim teve uma educação bem bonitinha; e Deus me perdoe se fiz mal em lha dar; ora eu, conquanto seja um rústico, sei o valor que têm certas coisas, e que quem se costumar a elas, com elas sonha. Isso é que é verdade! E nem eu me admirava de que a pequena tivesse sua inclinação para rapazes da cidade. Era natural, já digo. Mas aqui não vêm eles, os da terra são assim meios... meios... enfim, rapazes de lavoura, como eu fui; muito bons para as raparigas como era a minha Luísa. Ora agora o que por aí há são, e perdoe-me dizer-lhe isto, uns fidalguinhos que não têm que fazer, e que passam o seu tempo a inquietar as raparigas da terra. Desses é que eu tenho medo! E se quer que lhe fale a verdade, cá em relação à minha pequena, há um sobre todos de que eu muito me receio.

- Quem é? - perguntou Jorge, ainda não senhor de si.

Tomé hesitou por algum tempo, mas afinal, como tomando uma resolução, respondeu:

- É seu irmão Maurício.

- Maurício! - repetiu Jorge, contraindo a fronte. - Pois acaso tem ele dado já motivos para suspeitar?.

<< Página Anterior

pág. 156 (Capítulo 14)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 156

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515