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Capítulo 17: XVII

Página 215
Jorge, a nobreza obriga!

- Obriga a ser nobre, que é ser leal, sincero, honrado, sem afectação, sem prodigalidade e sem sumptuosidade que se sustentam à custa alheia.

- À custa alheia?!

- Enquanto esta casa tiver uma dívida é à custa alheia que vive, gere dinheiro de outros e não lhe é airoso gastar em festas e banquetes o que precisa para remir-se primeiro e para prosperar depois.

- Uma casa de fidalgos não é uma casa de comerciantes. Que estes, que não têm um nome a respeitar, se não metam em cavalarias altas, entende-se. E é até muito para sentir ver por aí fazer o contrário, como se vê! Mas agora quem tem brasão na porta e retratos nas paredes...

- Quem tem brasão e retratos, e vive como nesta casa se tem vivido, arrisca-se muito a ter de vender um dia brasões e avós, por preço módico, ao comerciante que teima em meter-se em cavalarias altas, e que tem a felicidade de não cair do cavalo abaixo.

- Adeus, ele aí vem com as suas! Eu já lhe disse, não percebo que ideias são essas com que o menino me anda há tempos. Ora para o que lhe havia de dar! O filho mais velho de uma casa como esta, aparentado com as primeiras famílias do reino, com marqueses e duques da melhor linhagem, tudo nobreza antiga e da que não admite dúvida, a falar como qualquer desses bacharelitos que vêm de Coimbra, mações nos ossos e republicanos na alma! Uma coisa assim!

Apesar da repugnância que sentia pela festa ordenada por o pai, Jorge julgou prudente superintender nos aprestos dela, para obstar a que fossem dirigidos pelos alvitres do padre procurador.

Um destes alvitres fora o de se pedir emprestadas às próprias famílias convidadas diversas peças de baixela, de que estava desprevenida a copa da Casa Mourisca.

Este ridículo expediente

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pág. 215 (Capítulo 17)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 215

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515