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Capítulo 21: XXI

Página 304

Depois que Jorge acabou de falar, permaneceu assim ainda por algum tempo, e acabou por dizer:

- Bem; visto isso, desisto. Engolirei os meus protestos conforme puder. Não digo que não tem razão, acho até que a tem. Quando me resolvi a isto, pensava só no fidalgo, não pensava no Sr. Jorge... Agora vejo que fui muito apressado. Muito bem, farei por me resignar. Lá me custa, mas...

- Não lhe peço que desista da sua vingança. Quero também que um dia a verdade obrigue meu pai a reconhecer que a nobreza não está só nos pergaminhos e que a aliança com um homem honrado honra sempre quem a contrai.

Tomé já tinha lágrimas nos olhos ao apertar a mão a Jorge.

- Peço-lhe até que continue o seu auxílio, sem o qual eu nada faria, e até vou indicar-lhe um género de serviços que espero dever-lhe.

- Fale, fale, Sr. Jorge, o que o senhor de mim não conseguir, ninguém consegue.

- Há muito que eu desejo ir ao Porto. A espécie de exílio a que meu pai me condenou facilita-me agora essa empresa. Queria conversar directamente com os nossos advogados na demanda do Casal do Reguengo. Parece-me que há circunstâncias de valor que no processo não se têm feito sentir devidamente. Depois, aquele documento que lhe mostrei não me sai da ideia. Enfim, pode ser uma ilusão minha, mas tenho com tanto afinco estudado a questão, que me parece que vejo claro nela. E como sabe, Tomé, se ela se nos resolvesse favoravelmente, era meia vitória ganha.

- Isso era.

- Portanto quando o Tomé puder dispor de si, desejava que me acompanhasse à cidade, para me apresentar aos juízes e letrados, que conhece. Depois, tenho ainda outro fim em vista; desenredadas estas teias que me embaraçam, preciso de um grande capital para incorporar à terra, para tirar dela os recursos que de outra maneira não pode dar.

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pág. 304 (Capítulo 21)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 304

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515