Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 21: XXI

Página 305
A sua generosidade e os seus sacrifícios não podem ir tão longe: graças a eles, já a usura me deixa respirar mais livremente, e já a equidade substituiu o dolo de muitos dos contratos de nossa casa. Mais tarde a escala do empréstimo tem de subir forçosamente para realizar em grande os aperfeiçoamentos agrícolas que em pequeno vou ensaiando. O capital particular não me bastará para esse intento. Lembrei-me da nova companhia de Crédito Predial, que se instalou agora no país. Preciso pois informar-me dos negócios atinentes a estas operações e da regularidade de alguns títulos que possuímos. Pode auxiliar-me no que lhe peço?

- Amanhã partiremos, se quiser.

- Pois seja amanhã. E não acha que encaminho melhor a sua vingança por este lado, Tomé?

- Acho que quem tem o juízo do Sr. Jorge pode muito bem passar sem o auxílio de pessoa alguma. Mas enfim cá estou às ordens.

Passado meia hora, entrou Tomé em casa e participou à mulher que ia no dia seguinte ao Porto, na companhia de Jorge, e que talvez aí se demorassem alguns dias.

Luísa ficou compreendendo que os projectos de restauração da Casa Mourisca haviam sido pelo menos adiados, e com isto cresceu nela a admiração pelo carácter de Jorge.

Maria Luísa tinha durante aquela manhã recebido impressões que não se atrevia a revelar totalmente ao marido, mas que a não deixavam estar sossegada enquanto não transpirassem em vagas insinuações.

Estavam à janela os dois esposos, conversando placidamente de Jorge e de D. Luís, e da próxima jornada à cidade, quando Luísa, depois de uma pausa na conversa disse ex abrupto para o marido:

- Ó Tomé, e que dirias tu se um dia a tua filha morasse naquela casa?

E, ao dizer isto, designava com a cabeça a Casa Mourisca.

Tomé olhou para a mulher, como se aquelas palavras lhe fizessem duvidar da firmeza do juízo dela.

<< Página Anterior

pág. 305 (Capítulo 21)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 305

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515