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Capítulo 22: XXII

Página 312
Responda-me: porque é que não pode amar-me? Há já no seu coração outro amor?

Berta corou e não foi superior a certa confusão, que se esforçou por vencer, dizendo:

- Ainda que não haja, não é isso motivo para o abrir ao primeiro que apareça. Com toda a sinceridade da minha alma lhe falo, Sr. Maurício. Creia que para todas as pessoas que têm o nome de sua família há no meu coração muito respeito, muita estima e muita gratidão. De todos estes sentimentos se pode dar razão. Mas o amor não é assim. Ninguém sabe porque ama ou porque não pode amar. Julgo eu. É uma coisa que se sente, mas que não se explica. Pois não concorda? E agora peço-lhe que me não acompanhe mais longe. Repare que a tempestade está para breve. Espero, Sr. Maurício, que será sempre nosso amigo.

E dizendo isto, estendia-lhe a mão, que Maurício apertou silenciosamente.

E separaram-se, seguindo direcções opostas.

Maurício murmurava:

- E contudo creio que me amas. Não é essa frieza que me há-de iludir.

- Daqui não vem perigo para o meu coração. Acabei de convencer-me agora. Basta ver a tranquilidade que sinto. Assim pudesse dizer o mesmo do outro.

Mas a Casa Mourisca continuava a atraí-la. De noite, à claridade vaga do luar, às tardes, quando os últimos e desmaiados raios do sol lhe tremiam na fachada enegrecida, de madrugada, no meio das nebrinas do rio, que fantasticamente o envolviam, a todo o momento enfim, as encantadas memórias da infância de Berta adejavam sobre o deserto solar, e as saudades, evocadas por ela, como se lhe levantavam do coração a encontrá-las.

Às mesmas horas da tarde, repetiu Berta, no dia seguinte ao do seu encontro com Maurício, a tentativa para visitar o solitário palácio. Desta vez passou além da ponte, subiu a ladeira da colina oposta, e chegou a tocar com a mão na porta da quinta.

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pág. 312 (Capítulo 22)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 312

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515