Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 27: XXVII

Página 388
Vê? É porque este afecto enobrece, e enquanto o sentir não receio de me tornar indigna dele. Apenas falarei com lealdade a meu noivo, para dizer-lhe que não posso prometer-lhe amor, porque o não sinto por ele.

- Não, Berta, não; não aceite a proposta de Clemente. Se é verdade que me ama não aceite...

- Porque não, Jorge? Creia-me. É a mais segura maneira de vencermos este sentimento, que a nosso pesar nos dominou. Ambos nós respeitamos muito o dever. Ele nos dará coragem.

- Berta, diga outra vez que me ama; diga-me que me iludi sempre em relação aos seus sentimentos, e eu vencerei as resistências que se opuserem a este amor, como tenho vencido as que lutavam contra os projectos que formei de salvar a minha casa de ruína.

- Que diz, Jorge? Nunca me poderá vir a felicidade da discórdia da sua família, e bem vê que era inevitável. Eu sou a filha de Tomé da Póvoa, lembro-me disso, Jorge; de Tomé da Póvoa, o antigo criado da Casa Mourisca: o homem de quem o Sr. D. Luís recebe os serviços como humilhações e insultos. Seu pai estima-me; ainda há bem pouco me abençoou, como se eu fosse sua filha. Não queira obrigar-me a perder essa estima, que tanto prezo. Não seria feliz depois; não podia sê-lo. Assim conservarei a amizade de todos... porque o Sr. Jorge há-de estimar-me sempre, não é verdade?

- Hei-de adorá-la, Berta - murmurou Jorge submetido.

- Vamos; procedamos agora como se nada se passasse entre nós. Ganhemos coragem para cada um cumprir o seu dever e separemo-nos como bons amigos.

E comovida ainda, estendeu a mão a Jorge, que a levou apaixonadamente aos lábios, cobrindo-a de beijos.

- Berta, Berta, não será quase um crime o que fazemos? Despedirmo-nos assim quando pela primeira vez nos revelamos?

- Não, Jorge, não é.

<< Página Anterior

pág. 388 (Capítulo 27)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 388

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515