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Capítulo 33: XXXIII

Página 460
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Luísa suspirou, entrevendo a risonha perspectiva que Ana do Vedor assim em confusas tintas lhe pintara.

- Não sou eu que me iludo com essas coisas, ti’Ana - prosseguiu Tomé. - O meu plano está feito. Hoje mesmo Berta há-de dormir na Herdade. Se o seu Clemente a não quiser, paciência. Nem eu quero obrigá-lo, nem à rapariga, a casar contra vontade. Apesar de tudo confio no juízo de Berta, que há-de ver as coisas como elas são, e por isso não me dá cuidado. Que, se assim não fosse, eu lhe afirmo que a levaria outra vez para Lisboa. O Jorge é também um rapaz honrado. Tudo se há-de remediar ainda, querendo Deus.

- Olhem que homem este! Escusa de tomar essas cautelas todas se o que quer é separá-los. O perigo não está onde pensa. Eles mesmos resolveram esquecerem-se um ao outro e não precisam que você os separe. Olha agora! O perigo está em que Jorge já anda doente, e que provavelmente a rapariga não há-de ficar com muita saúde se ele morre. Veja lá se isso não é bem pior do que o casamento.

- Deus Nosso Senhor nos acuda! - exclamou Luísa assustada.

- Não me fale em casamento, ti’Ana, que até me envergonha essa palavra.

- Pois então não se envergonhe e prepare o enterro de sua filha, que o do rapaz não tardará muito. Olha agora! Este homem parece que não tem coração de pai! Eu não sei que diacho de coração é o dele! Deixe que quando lhe quiser acudir já não há-de ser tempo. Há-de ver a filha morrer-lhe e então é que hão-de ser os arrependimentos.

- E que quer que eu faça, mulher? - exclamou Tomé já exasperado. - O meu dever é este. Deus que determine depois o que for da sua vontade. E julga que se eu pensasse como pensa a ti’Ana, que isso me serviria de alguma coisa? Parece que não conhece o fidalgo! Pois tantos

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pág. 460 (Capítulo 33)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 460

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515