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Capítulo 5: V

Página 61
Às vezes é útil até certa irritação provocada pelas dificuldades fastidiosas que ele suscita; instigam, estimulam brios para vencê-lo.

Continuaram os dois irmãos este diálogo e assentaram enfim na resolução de mudar de vida, cada um com o grau de firmeza própria do seu carácter - e, portanto, com firmeza desigual. Decidiram falar naquele mesmo momento a D. Luís.

A ocasião era propícia. Frei Januário dormia ainda a sesta e portanto o fidalgo devia estar só no seu quarto.

Era já noite. O luar coloria com tintas mágicas a paisagem fronteira à Casa Mourisca. Esta desenhava o seu vulto negro sobre o fundo azul-pálido do céu sem estrelas. A ramaria dos carvalhos e a queda da água nas fontes levantavam vozes melancólicas do meio das indistintas sombras da quinta.

Em noites assim conservava-se D. Luís longo tempo à janela do quarto. A fronte encostada à mão, os olhos fitos nos pontos iluminados da perspectiva, e o pensamento... ai, quem sabe por que melancólicas paragens andava o pensamento do pobre velho?! Passadas magnificências, festas, alegrias e triunfos de tempos mais felizes, memórias de vida nesta habitação hoje silenciosa, e por toda a parte, e sempre, a pálida imagem da filha morta, o enlevo de toda a sua vida, que ao desaparecer lha deixou escura e desencantada... que outras podiam ser as visões presentes àquele espírito sombrio?

Pobre velho!

Foi para este quarto escuro que se dirigiram os dois irmãos.

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pág. 61 (Capítulo 5)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515