Ilíada - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 78 / 178

Ulisses interrompeu-o:

— E como dormem eles? Misturados com os troianos ou separados? Responde com clareza, que isto é importante.

— Para que me fazeis tantas perguntas? —d isse-lhe Dolão.— Se quiserdes penetrar no acampamento troiano, o melhor é passar primeiro pelos trácios, que acabam de chegar e descansam aparte, ao lado de Reso, seu chefe. Nunca vi animais tão belos e tão grandes. O carro é de ouro e prata lavrada. E agora, enviai-me para os navios ou então deixai-me aqui mesmo acorrentado e na volta me direis se falei ou não a verdade.

Mas Diomedes, olhando-o com desprezo, disse-lhe:

— Não penses, Dolão, que te vamos deixar partir agora, apesar de nos teres dado boas informações. Porque, se assim fizéssemos, não tardarias a voltar para nos espiares ou lutares contra nós. E, se te matarmos, serás menos um para nos combater.

O homem acobardou-se ainda mais e, ajoelhado, suplicava por todos os deuses do Olimpo que lhe poupassem a vida. Mas falava ainda quando Diomedes, com um golpe, lhe cortou a cabeça e o despojou do que trazia. Agradeceram ambos a Minerva a boa sorte e prosseguiram de acordo com as instruções fornecidas pelo próprio Dolão. Os trácios dormiam despreocupadamente e a seu lado jaziam as armas empilhadas. Reso estava deitado no centro e, junto dele, os magníficos cavalos descritas pelo troiano.

Apanhados de surpresa, os homens nem tiveram tempo para reagir. Diomedes acutilava a torto e a direito e Ulisses ia retirando os cadáveres para facilitar a passagem dos cavalos. A treze guerreiros Diomedes tirou a vida, inclusive a Reso, seu rei. Plisses libertou os belos cavalos, que conduziu para fora do acampamento e, em seguida, com um assobio, avisou Diomedes que era altura de se retirarem. Mas este hesitava ainda, desejoso por causar maiores estragos nas forças inimigas, quando ouviu a voz de Minerva que lhe dizia:





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