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Capítulo 13: XIII

Página 148

E, dizendo, dirigiu-se a uma pequena porta que havia no muro da quinta e, sem a menor hesitação, impeliu-a com força e ela cedeu sem grande resistência. O padre entrou primeiro, seguiu-o o mano doutor, e Maurício, ainda que mais a medo, imitou-os.

Os do Cruzeiro caminhavam com a sem-cerimónia que caracterizava todos os seus actos naquela terra, assobiando, cortando flores e frutas, e encurtando caminho por cima de campos semeados.

De repente o padre, que ia adiante, parou e, voltando-se, disse em tom mais baixo:

- E ainda dirão que não sou bom caçador?

E, afastando-se para o lado, deixou-os ver o objecto que ele designava, apontando para a extremidade da rua em que iam entrar.

Era Berta.

A filha de Tomé da Póvoa acabara de ajudar a pôr à cabeça de uma rapariguita aldeã o último feixe de canas de milho que os segadores haviam deixado no campo e ficara seguindo-a com a vista, tão atenta que nem deu pelos recém-chegados.

- Vejam que figura de fada - murmurou Maurício para os primos. - É a Rute da escritura.

- Sim, a figura temos visto, agora quero ver-lhe a cara - disse o padre; e, acompanhado pelo mano bacharel, dirigiu-se para Berta.

Maurício, surpreendido por este passo, que não esperava, seguiu-os para conter-lhes a brutal galantaria.

Berta, ouvindo passos, voltou-se, e, ao reconhecer os três rapazes, não reprimiu um movimento de assustada surpresa, a qual porém se desvaneceu, reparando que Maurício era um deles.

Todos se descobriram, cortejando Berta.

O padre, fitando impertinentemente os olhos nela, principiou:

- Minha senhora, não repare nesta invasão de território. Mas quem teve a culpa foi aqui o primo Maurício. Falou-nos com tal entusiasmo da gentil filha do nosso velho amigo Tomé, que nós tomámos a resolução de vir admirá-la e cumprimentá-la.

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pág. 148 (Capítulo 13)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 148

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515