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Capítulo 15: XV

Página 177

- Perdão; mas como viu por ela isso?

- Desde o princípio ao fim. Não me diz que para que Maurício abra carreira no mundo é necessário condescender com certas coisas?...

- Ai, sim, mas quem é que não tem de condescender nesta vida?

- Gabriela, - tornou D. Luís com certa aspereza - já há pouco lho disse: as nossas idades diferem. Quando se possui a sua juventude há movimentos fáceis, a que se não prestam as fibras inflexíveis dos meus sessenta anos.

- Sim, mas quando se é jovem como Maurício e se está nas circunstâncias dele, das quais estou informada pela sua obsequiosa confidência, é menos prudente não ceder um pouco no tempo em que se pode ainda ceder com dignidade; porque depois... a vida para ele é longa, e quem sabe a que provações e sacrifícios o sujeitará? O tio está em uma idade avançada, não espera numerosos anos de vida, não ama demasiadamente o mundo, e para a luta conta com a inflexibilidade das suas fibras de sessenta anos. Mas eles, seus filhos, são novos, têm futuro, amor à vida, e não possuem ainda a tal inflexibilidade para sustentarem o peso de uma instituição morta sem vergar ou quebrar debaixo dela. Veja bem.

- De uma instituição morta! - repetiu o fidalgo, acentuando as sílabas e levantando os olhos para o tecto.

- Morta, sim, meu tio, desengane-se. Deus me livre de falar agora em política com o tio. Mas a verdade é que quem vive em certa sociedade, e ouve certas coisas, e estuda certos homens, acaba por convencer-se, mesmo sem pensar muito nisso, de que um sonho como o de meu tio é... é... é um sonho.

- Seu pai morreu por um sonho assim, Gabriela.

- E eu venero a memória de meu pai, não o duvide; assim como venero o carácter e as opiniões de meu tio; porque venero todas as convicções sinceras.

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pág. 177 (Capítulo 15)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 177

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515