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Capítulo 15: XV

Página 176

D. Luís abanou a cabeça, mais triste e sombrio do que antes.

- Na sua idade, Gabriela, cicatrizam depressa as feridas. Quando se chega aos meus anos, golpe que se recebe é ferida com que se morre.

- Diga o Sr. D. Luís - interveio o padre - que o que tem é muita resignação cristã, que nestes tempos que vão correndo não é coisa vulgar.

E assoou-se.

- Mas para isso vale a meu tio o seu exemplo, Sr. frei Januário - acudiu Gabriela. - Resignação aí! Eu sou testemunha da heroicidade com que arrosta as vigílias e os jejuns.

Os presentes, incluindo o próprio D. Luís, não puderam ouvir sem um sorriso a alusão da baronesa.

O padre corou, assoou-se com mais força e resmoneou com azedume:

- Bem sei que não é quanta Deus manda, nem quanta a alma precisa... e por pecador me tenho.

- Deve vir cansada, Gabriela - lembrou D. Luís. - Eu julgo que terão tido o cuidado de...

- Tudo está pronto. Logo que a prima queira descansar... - respondeu Jorge.

- Não sinto grande necessidade de descanso. Descansarei depois do almoço, se me fizerem o favor de dar alguma bebida quente, porque tenho frio.

Em virtude desta reclamação, saíram sucessivamente da sala Jorge, o procurador e Maurício, ficando Gabriela só com o fidalgo.

Este parecia hesitar em aludir ao principal motivo da visita da baronesa.

Foi ela quem rompeu o gelo da entrevista.

- Recebeu a minha carta, tio?

- Recebi, sim, e agradeço.

- Diga que perdoa. Se quer que lhe fale a verdade, julgo que não lhe escrevi em estilo muito apropriado, mas tão desacostumada ando de escrever-lhe, e a gente com quem de costume me correspondo permite-me tal familiaridade, que me descuidei.

- A carta nada tinha de censurável. O que por ela vi foi que devemos renunciar aos projectos que formei a respeito de Maurício.

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pág. 176 (Capítulo 15)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 176

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515