Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: XV

Página 178
Mas o que eu não queria é que sacrificasse mais do que deve. A sua vida, a sua felicidade tem o direito de dar a esse sacrifício. Mas a vida, o futuro, a honra e a felicidade de seus filhos, isso não.

- A honra?! A honra é que eu quero salvar-lhes.

- E quem lhe diz que eles têm as suas convicções?

Os olhos de D. Luís fuzilaram ao ouvir esta insinuação.

- Se os meus filhos...

- Sei o que vai dizer, - atalhou Gabriela - mas não diga, porque contradiz os seus próprios actos. Esmerou-se em dar educação a seus filhos, em desenvolver-lhes a inteligência, e agora quer que eles não usem esse instrumento que possuem, e que para pensar lhe venham pedir licença? Não valia ensinar-lhes a raciocinar nesse caso.

- A razão deve-lhes ter mostrado a verdade.

- A verdade... Ora valha-nos Deus, meu tio; e quem sabe onde ela está? Pois todas estas mudanças que sucedem no mundo, de que procedem senão de se julgar a cada passo ter-se descoberto que a verdade não está onde se supunha?

- Vejo que a convivência social lhe tem dado uma boa dose de filosofia para bem viver no mundo. Mas que quer? Eu regulo-me ainda por as cartilhas velhas.

- E o que lhe ensinam a fazer as cartilhas velhas a favor de seus filhos? O que é que, em harmonia com elas, tem tentado e tenciona executar?

- Dar-lhes o exemplo de como se sofre na adversidade, quando se têm brios e um nome que respeitar.

- A nobreza não está em sofrer de braços cruzados a adversidade, quando eles se podem empregar nobremente em repeli-la; Jorge bem o compreendeu. Esse ilustrará deveras o seu nome da única maneira por que nestas circunstâncias ele pode ser ilustrado. O que é preciso é que a ociosidade de Maurício lhe não anule os esforços.

D. Luís ia a replicar quando o padre procurador entrou a anunciar que o almoço estava na mesa.

<< Página Anterior

pág. 178 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 178

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515