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Capítulo 4: IV

Página 47
Nunca se lhe anuviava tanto o coração como ao sentar-se à cabeceira da mesa, em torno da qual outrora vira rostos conhecidos e amigos, hoje tão solitária e abandonada. D. Luís, reparando que o escudeiro principiava a servir, perguntou, apontando para os lugares dos filhos, que ainda estavam de vago:

- Então os senhores não ouviram a sineta?

- Os senhores ainda não vieram.

- Nem Jorge? - perguntou D. Luís, como se estranhasse menos a ausência de Maurício.

- Nem um, nem outro.

- O Sr. D. Maurício - observou o padre, que temia um adiamento do jantar - saiu para a caça; quando virá ele agora?

E, dizendo isto, fazia sinal ao criado para que servisse o fidalgo.

- E Jorge? - insistiu o pai.

- O Sr. D. Jorge… esse não sei… talvez esteja aí por alguma parte.

O fidalgo, evidentemente contrariado com a ausência dos filhos, que ainda mais aumentava a solidão daquela sala, resignou-se a principiar a jantar sem eles.

O jantar correu em silêncio.

O humor negro de um dos comensais e o apetite do outro não davam azo ao diálogo.

Estava o frade deliciando-se com uma farta posta de assado e o competente acessório de massas, quando Jorge entrou na sala.

D. Luís não lhe dirigiu a palavra, nem sequer um olhar.

Jorge formulou uma vaga desculpa, que o pai interrompeu com um gesto a mandá-lo sentar; e, passados momentos, levantou-se ele e saiu silencioso.

Frei Januário, tendo já satisfeito as primeiras e mais urgentes exigências do seu estômago, achou-se disposto a continuar o diálogo. Por isso, ao encetar a sobremesa, dirigiu por comprazer a palavra a Jorge:

- Com que vem do seu passeio, hem? A manhã estava bem bonita. E então o que viu por esses campos?

- Muito trabalho, Sr. frei Januário, muita vida rural - respondeu Jorge.

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 47

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515