Suspendeu-se, então, a assembleia e todos correram às armas. Entre os chefes troianos destacavam-se, para além de Heitor, que era de todos o mais valente, Eneias, filho de Anquises, Arquóloco e Acamas, os dois filhos de Antenos, Pandaro, o bravo guerreiro a quem o próprio Apolo presenteara com o seu arco, o admirável Glauco e muitos outros que seria difícil de enumerar, pois, tanto do lado dos gregos como dos troianos, havia muitos chefes destemidos e fortes.
Os dois exércitos defrontaram-se por alguns instantes, atentos às vozes de comando e prontos para a arremetida.
Mas enquanto ambos os exércitos aguardavam o sinal de ataque, destacou-se das fileiras troianas uma única biga e dela desceu um jovem troiano notável pela sua beleza, revestido de rica e brilhante armadura e com uma pele de leopardo pelos ombros. Era Páris, filho de Príamo e Hécuba, o mais odiado dos príncipes troianos por ter roubado Helena a seu marido Menelau.
Páris, irresponsável e despreocupado, não estava habituado a expor-se ao perigo nos campos de batalha. Mas, nesse dia, intrepidamente e sem pensar nas consequências, procurou o perigo. Brandindo duas lanças, desafiou o mais bravo dos gregos para se bater com ele.
Ao vê-lo, Menelau pensou com satisfação que chegara finalmente o momento de se vingar do homem que lhe havia roubado a esposa e desceu de imediato do seu carro, apresentando-se para aceitar o desafio. Era, de facto, o maior guerreiro grego, valente e bom camarada de luta, sempre disposto a ajudar os outros; e era, sobretudo, muito popular.
Mas quando Páris o viu, violento e ameaçador, de fisionomia tão carrancuda, arrependeu-se do seu próprio atrevimento e retornou de imediato às fileiras troianas como se quisesse evitar o encontro com o marido de Helena.