- Isso era.
- Portanto quando o Tomé puder dispor de si, desejava que me acompanhasse à cidade, para me apresentar aos juízes e letrados, que conhece. Depois, tenho ainda outro fim em vista; desenredadas estas teias que me embaraçam, preciso de um grande capital para incorporar à terra, para tirar dela os recursos que de outra maneira não pode dar. A sua generosidade e os seus sacrifícios não podem ir tão longe: graças a eles, já a usura me deixa respirar mais livremente, e já a equidade substituiu o dolo de muitos dos contratos de nossa casa. Mais tarde a escala do empréstimo tem de subir forçosamente para realizar em grande os aperfeiçoamentos agrícolas que em pequeno vou ensaiando. O capital particular não me bastará para esse intento. Lembrei-me da nova companhia de Crédito Predial, que se instalou agora no país. Preciso pois informar-me dos negócios atinentes a estas operações e da regularidade de alguns títulos que possuímos. Pode auxiliar-me no que lhe peço?
- Amanhã partiremos, se quiser.
- Pois seja amanhã. E não acha que encaminho melhor a sua vingança por este lado, Tomé?
- Acho que quem tem o juízo do Sr. Jorge pode muito bem passar sem o auxílio de pessoa alguma. Mas enfim cá estou às ordens.
Passado meia hora, entrou Tomé em casa e participou à mulher que ia no dia seguinte ao Porto, na companhia de Jorge, e que talvez aí se demorassem alguns dias.