Arrancando-lhe o capacete e tirando-lhe o escudo do ombro, assim falou a deusa:
— Insano! Enlouqueceste? Que pretendes fazer? Não ouviste o que Juno acabou de dizer? Não compreendeste as ordens de Júpiter? Ainda nos arruínas a todos com as tuas loucuras!
Com estas palavras, Minerva obrigou o furioso Marte a sentar-se novamente no trono.
Juno chamou Íris e Apolo à parte e transmitiu-lhes a mensagem divina. Nenhum dos dois vacilou um só momento. Precipitaram-se das alturas como flechas e foram cair sobre o campo de batalha, apressando-se a cumprir a missão que lhes fora confiada.
Apolo foi encontrar Heitor já sentado na cama, respirando bem, embora não totalmente recuperado do golpe de Ájax. Aproximou-se, depois de pendurar o arco atrás da porta, e dirigiu-lhe a palavra:
— Que fazes ai, Heitor, filho de Príamo? Porque te abandonaram os outros guerreiros? Estás doente?
Com uma voz ainda fraca, o herói respondeu:
— E quem sois vós, 6 piedoso deus, que viestes visitar-me na minha tenda? Não sabeis que foi o valente Ájax que me lançou uma pedra quando combatíamos perto dos navios?
O divino arqueiro replicou:
— Sim, sou sabedor de tudo isso. Mas agora é tempo de voltares à luta. Foi o próprio deus do Olimpo quem me enviou para te reconfortar. Tem confiança, pois eu sou o próprio Apolo, o deus da espada brilhante, que muitas vezes te salvei e te livrei de mil perigos. Vamos! Exorta os teus companheiros e eu estarei ao teu lado, auxiliando-te quando for preciso.