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Capítulo 24: Capítulo 24

Página 123

— Como posso apresentar-me no combate — respondeu o herói — se não tenho armas e a minha mãe proibiu-me de sair daqui até que voltasse com uma nova armadura fabricada por Vulcano?

— Basta que apareças junto ao fosso, assim mesmo como estás, e os troianos, amedrontados, fugirão. O que permitirá que os guerreiros sosseguem um pouco. Embora breve, será precioso o descanso.

Aquiles correu até ao fosso e soltou o seu grito de guerra. Obedecendo ao conselho da mãe, não entrou na luta. Mas a sua presença foi suficiente para encher de pavor as fileiras troianas. Três vezes a sua voz se ergueu acima do tumulto e três vezes os troianos recuaram. Até os cavalos pressentiam a desgraça iminente e, sacudindo as crinas, faziam retroceder os carros.

Os gregos aproveitaram-se da confusão dos seus adversários e retiraram o cadáver de Pátroclo do campo de batalha. Em seguida, depuseram-no sobre um carro e formaram um cortejo, no qual se incorporou Aquiles, que o acompanhava chorando e lamentando-se. Aquele era o seu amigo querido, que ele mesmo tinha mandado para a luta, revestido com as suas próprias armas! E agora ali estava ele, desfigurado, morto, longe da pátria!

Quis a deusa Juno abreviar aquele dia penoso e ordenou que o Sol se pusesse antes da hora habitual. Assim, os bravos guerreiros gregos puderam descansar um pouco após tantos revezes.

Por sua vez, os troianos reuniram-se em assembleia para discutir o que deviam fazer, pois estavam cansados de lutar e temerosos com o retorno de Aquiles.

Primeiro falou Polidamas, cujos conselhos eram sempre muito acatados:

— Acho que agora devemos voltar à cidade e prepararmo-nos para defender as suas muralhas já que Aquiles, que no passado deixou tantas mulheres troianas viúvas e fez tantos prisioneiros, está novamente contra nós. E, desta vez, a piedade não morará no seu coração. Exigirá a vingança «trema pelo seu amigo morto e devemos temer a sua ira. Voltemos a Tróia, montemos guarda esta noite e pela manhã iremos para as muralhas e nem Aquiles, nem outro grego qualquer, conseguirá penetrar nelas.

O seu conselho era sábio, como sempre, mas Heitor replicou, indignado:

— És um cobarde, Polidamas, e recuso-me a seguir o teu conselho. Nem eu te atenderei, nem nenhum outro homem o fará, pois não o permitirei. Acamparemos aqui na planície esta noite e descansaremos. Pela manhã, atacaremos novamente os navios. E se realmente Aquiles tem intenção de voltar à luta, é ele quem deve temer-nos, pois estarei pronto para enfrentá-lo com a minha afiada lança. E, se os deuses o permitirem, terá o mesmo fim do seu querido amigo e poderão ir juntos para a terra de Plutão.

As suas palavras ousadas foram recebidas com euforia por muitos troianos que gritavam em sinal de aprovação, mas os outros, que preferiam seguir o conselho de Polidamas, permaneceram em silêncio, receando desagradar a Heitor.

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Capa do livro Ilíada
Páginas: 178
Página atual: 123

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 15
Capítulo 4 18
Capítulo 5 25
Capítulo 6 31
Capítulo 7 37
Capítulo 8 41
Capítulo 9 44
Capítulo 10 49
Capítulo 11 56
Capítulo 12 64
Capítulo 13 67
Capítulo 14 70
Capítulo 15 73
Capítulo 16 80
Capítulo 17 86
Capítulo 18 90
Capítulo 19 96
Capítulo 20 101
Capítulo 21 105
Capítulo 22 112
Capítulo 23 115
Capítulo 24 121
Capítulo 25 124
Capítulo 26 127
Capítulo 27 133
Capítulo 28 139
Capítulo 29 145
Capítulo 30 149
Capítulo 31 156
Capítulo 32 159
Capítulo 33 165
Capítulo 34 175