Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 150

Capítulo 30: Capítulo 30

Página 150

Mas foram vás todas as súplicas. Heitor estava decidido a esperar por Aquiles e a desafiá-lo para o combate. E enquanto aguardava a aproximação do seu inimigo, vacilava-lhe o espírito ante estas cogitações:

«Infeliz de mim se me abrigar atrás das muralhas! Não faltará quem me censure e me chame cobarde. O primeiro será Polidamas, que tanto m^t aconselhou a recuar quando ainda era tempo! Agora envergonho-me dá aparecer diante dos troianos, tendo sido o causador da sua derrota. Receie que as nossas mulheres venham a dizer: "Heitor, confiado na sua força deitou Tróia a perder!" Não, o melhor é aventurar-me: ou matarei Aquiles ou ele me matará. Antes morrer com honra, que viver como cobarde. Não seria melhor tirar este capacete pesado, desembaraçar-me do escudo imensa e ir ao encontro de Aquiles, prometendo-lhe devolver Helena com sua jóias, o tesouro que Páris trouxe de Esparta e todas as riquezas de Tróia contento que ele prometesse deixar-nos em paz? Mas. . . que ideia é esta Apresentar-me desarmado diante dele como suplicante? Ele não teria a menor compaixão e matar-me-ia como se mata um cão! Não, é preferível espera-lo aqui mesmo e lutar com ele enquanto me restarem forças!»

Com esses pensamentos a perpassarem-lhe pela mente, Heitor mantinha-se imóvel e expectante. Aquiles já vinha perto e o filho de Príamo pôde divisar-lhe o aspecto feroz e as armas cintilantes que despediam terríveis reflexos. Nem o deus da guerra tinha semblante tão carrancudo e horrendo como o de Aquiles naquele momento. Quando Heitor o fitou de perto, foi tomado de tão grande pavor que desatou a correr em volta da muralha. O rápido pálida precipitou-se sobre ele e corriam ambos com uma espantosa agilidade. Assim, chegaram ao lugar das fontes que alimentam o rio Escamandro. Era ali que as lavadeiras costumavam lavar a roupa dos heróis. Má s, naquele momento, foi pena que ninguém lá estivesse para presencia a vertiginoso corrida. Se se tratasse de um concurso, o prémio seria uma rãs ou a pele de um animal. Mas o que estava em jogo, de momento, era a própria vida de Heitor, que não corria como um homem disputando um prémio. Parecia antes um cavalo que foge ao combate, depois da morte do guerreiro que o conduzia.

<< Página Anterior

pág. 150 (Capítulo 30)

Página Seguinte >>

Capa do livro Ilíada
Páginas: 178
Página atual: 150

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 4
Capítulo 3 15
Capítulo 4 18
Capítulo 5 25
Capítulo 6 31
Capítulo 7 37
Capítulo 8 41
Capítulo 9 44
Capítulo 10 49
Capítulo 11 56
Capítulo 12 64
Capítulo 13 67
Capítulo 14 70
Capítulo 15 73
Capítulo 16 80
Capítulo 17 86
Capítulo 18 90
Capítulo 19 96
Capítulo 20 101
Capítulo 21 105
Capítulo 22 112
Capítulo 23 115
Capítulo 24 121
Capítulo 25 124
Capítulo 26 127
Capítulo 27 133
Capítulo 28 139
Capítulo 29 145
Capítulo 30 149
Capítulo 31 156
Capítulo 32 159
Capítulo 33 165
Capítulo 34 175