Espantados e contentes por verem terminado o longo cerco e a sua cidade novamente livre, os troianos saíram pelas portas Céias, atravessaram a planície e foram até à praia. Lá, entre as cinzas do acampamento, estava o cavalo.
— É oferta dos deuses — disseram alguns.
— É armadilha — ponderaram outros.
— Vamos destruí-lo — gritaram.
Mas o rei Príamo falou:
— É um presente sagrado. Não deve ser destruído. Vamos levá-lo par a cidade.
E recusou-se a ouvir os protestos dos que pretendiam adverti-lo.
Então, o cavalo foi arrastado para dentro da cidade e homenageado como se fosse oferta dos deuses. E lá ficou, enfeitado com flores, com pétalas e guirlandas nas paras. E durante todo o dia os troianos alegraram-se por a guerra ter terminado e a cidade estar salva.
Quando veio a noite, os gregos abriram a porta secreta do cavalo ao mesmo tempo que Agamémnon regressava e voltava a desembarcar na praia troiana. As portas Céias foram abertas para ele e para todos os outros gregos, por aqueles que já estavam na cidade.
Os troianos que, pela primeira vez em dez anos, dormiam tranquilamente sem vigias para guardar as muralhas, foram surpreendidos pelos gregos que invadiram a cidade matando, saqueando e incendiando.