Tíndaro estava muito preocupado com o grande número de pretendentes e receoso de escolher o marido para a sua filha entre eles, na medida em que ofenderia os rejeitados, dando assim azo a inimizades tanto para si como para o eleito. E por causa disso ia protelando a escolha.
Ulisses, que era o rei de Ítaca e o mais arguto deles todos eles, apercebeu-se logo da situação; sabendo, como sabia, que era apenas possuidor daquela pequena ilha e que poucas probabilidades tinha, portanto, de ser o eleito, procurou Tíndaro em segredo e sugeriu-lhe que deixasse a escolha nas mãos de Helena. O rei ficou satisfeito com a proposta de Ulisses, como prémio pelo bom conselho dado, pôde pedir a mão de Penélope, sobrinha de Tíndaro, donzela de grande beleza, embora não tão bela quanto Helena.
Tíndaro convocou os pretendentes e disse:
- Prometei solenemente e jurai pelos deuses do Olimpo que continuareis amigos daquele que a minha filha escolher para esposo. E que se, algum dia, ambos ou qualquer um deles for alvo de ultraje, todos vós, como um só homem, vos unireis em sua defesa.
Todos prestaram juramento perante Júpiter e as outras divindades Olimpicas.
A preferência de Helena recaiui em Menelau, irmão de Agamémnon, que era filho de Atreu, rei de Micenas, e o mais poderoso dos chefes gregos. Terminadas as festas do casamento, os pretendentes preteridos regressaram a suas casas e Ulisses voltou para Ítaca, levando a sua noiva Penélope. Pouco depois, Tíndaro morreu e Menelau tornou-se o rei de Esparta.
Entrementes, no monte Olimpo, morada dos deuses, prosseguia a disputa pela maçã de ouro entre três deusas rivais: Juno, mulher de Júpiter e rainha de todos os deuses; Minerva, deusa da sabedoria e de todas as arte; e Vénus, deusa do amor e da beleza.