Ilíada - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 34 / 178

— Não desanimes, meu amigo - respondeu-lhe Eneias. — Vem comigo no meu carro e juntos investiremos contra Diomedes. Não creio que seja mais poderoso que nós dois, a menos que tenha um deus por ele. Mas se isso acontecer, os meus cavalos, que são da mesma estirpe dos do Rei Príamo — os melhores de Tróia — , levar-nos-ão rapidamente para longe do seu alcance. Vem, pois, comigo e segurarás as rédeas e o chicote, enquanto eu luto ou, se preferires o contrário, eu me ocuparei dos cavalos enquanto investirás sobre o inimigo.

Pandaro aceitou o convite de Eneias, mas disse:

— Os cavalos responderão melhor ao teu comando, pois estão habituados à tua mão e à tua voz. Guia, pois, e eu golpearei Diomedes com a minha afiada lança. Neste momento tão perigoso, é melhor não corrermos o risco dos cavalos estranharem as minhas mãos.

E dirigiram-se, a toda a velocidade, para o local onde se encontrava o intrépido Diomedes. Ao vê-los aproximar-se, disse Estenelo:

— Diomedes, vejo dois bravos guerreiros que avançam para dar-te combate, ambos muito valentes. Um é o hábil arqueiro Pandaro e o outro é Eneias, o próprio filho da divina Vénus. Retira-te e não te exponhas a eles, se não queres perder a vida.

Mas o corajoso Diomedes, lançando-lhe um sombrio olhar, respondeu:

— Não tentes convencer-me, pois nunca me verás fugir a um combate. Homens da minha linhagem não têm o hábito de se esconderem na hora do perigo. Esperá-los-ei aqui mesmo e de pé. E se os conseguir matar, apodera-te dos cavalos que são de excelente raça, e leva-os para o nosso acampamento.





Os capítulos deste livro