Enquanto assim falavam, chegaram os dois troianos com os seus ligeiros cavalos. E Pandaro gritou para Diomedes:
— Valente Diomedes, conseguiste zombar das minhas setas. Veremos agora se o teu corpo é impenetrável à minha lança!
E, dizendo isto, atirou-lhe a arma, que furou o escudo e foi cravar-se na couraça do filho de Tideu.
Sem se perturbar, o bravo Diomedes respondeu:
— Falhaste o golpe e agora pelo menos um de vós terá de cair para saciar Marte, o feroz deus da guerra.
E atirando um dardo na direcção de Pandaro, atingiu-o em cheio no rosto, atravessando-lhe a cabeça de um lado ao outro. Pandaro tombou para o chão e logo ali expirou.
Eneias saltou do carro e enfrentou Diomedes, tentando defender o corpo do amigo. Mas Diomedes, ligeiro como um raio, agarrou numa enorme pedra e feriu Eneias numa perna, de tal modo que ele caiu e não se conseguiu levantar. E teria também morrido às mãos do guerreiro grego se Vénus, sua mãe, não viesse em seu socorro, escondendo-o no manto brilhante que trazia.