Mas Heitor nem sequer o ouviu, tal a pressa com que avançava na ânsia de repelir os gregos. Os companheiros deitaram-no, então, à sombra de um frondoso carvalho e, ao contacto da brisa, reanimou-se o herói.
O chefe troiano, o divino Heitor, continuava a avançar e a eliminar numerosos gregos, entre os quais guerreiros ilustres como Orestes e Heleno
Mas quando as duas densas, Juno e Minerva, que amavam os grego viram isso, disseram a Júpiter:
— Ó Pai, não vedes como Marte conduz a batalha, destroçando os exércitos gregos? Até quando permitireis tais violências? Ficareis zangado os em auxílio dos gregos?
— Fazei como quiserdes, mas convém que a Minerva, a guerreira, caiba a de combater Marte, que já sofreu mais do que uma vez às suas mãos.
Elas mandaram atrelar os cavalos ao carro de Juno e dirigiram-se para a terra. Desceram nas planícies de Tróia, na confluência dos dois rios que a banhavam, e lá deixaram os cavalos a pastar. Juno tomou a forma de Estenor, o guerreiro que tinha uma voz tão forte que gritava como cinquenta homens juntos, e exclamou:
— Que afronta, ó Gregos! Quando Aquiles combatia ao vosso lado, os troianos mal ousavam chegar às portas da cidade. Mas agora obrigam-vos a retroceder para os vossos navios!
Minerva dirigiu-se a Diomedes que, junto dos seus cavalos, procurava refrescar a ferida que Pandaro lhe fizera e disse-lhe:
— Bem sei que sois a belicosa filha de Júpiter e por isso vou falar-vos claramente. Não tenho medo nem estou cansado, mas vós mesma me dissestes que não combatesse contra os deuses e estou a ver Marte a correr no campo de batalha ao lado dos troianos. — Não tenhas medo de Marte ou de qualquer outro deus do Olimpo, pois podes contar sempre com o meu auxílio. Ajudar-te-ei a por fora de combate aquele louco, que ainda ontem me prometia favorecer os gregos e a gora já mudou de partido, esquecido das suas promessas.