Quando os troianos viram o grande arqueiro sair do combate, redobraram de esforços e novamente fizeram os gregos recuar até à muralha. Heitor avançava à frente, matando todos os adversários com que se defrontava.
Ante esse espectáculo que divisava do Olimpo, a divina Juno, não podendo mais conter-se, disse a Minerva:
— Então, indomável filha de Júpiter, ficaremos aqui de braços cruzados, enquanto os valentes helenos perecem? Se não fizermos alguma coisa, todos morrerão às mãos de Heitor.
— E que podemos fazer — ponderou Minerva —, se meu pai, movido por sentimentos injustos e cruéis, se opõe aos nossos desejos? Está agora determinado em fazer as vontades a Tétis, só porque ela lhe beijou as mãos e toda humilde lhe suplicou que vingasse seu filho Aquiles.
Depois destas lamúrias, as duas densas, armando-se da cabeça aos pés, subiram para a sua brilhante carruagem e prepararam-se para entrar na luta.
Mas Júpiter, dos cimos do monte Ida, observou a fuga das duas deidades e o sangue subiu-lhe à cabeça. Mandou, então, à mensageira Íris que fosse ao encontro de ambas e lhes dissesse:
— Voltai imediatamente, pois, de contrário, arrepender-vos-eis amargamente. Paralisarei os cavalos e farei com que o carro se quebre em mil pedaços. Além do mais, sereis derrubadas e ficareis em tais condições que nem daqui a dez anos terão sarado as vossas feridas.
Quando o Olímpico acabou de falar, Íris apressou-se em sair ao encontro das densas. Transmitiu-lhes o recado de Júpiter e aconselhou-as a que obedecessem.