Ilíada - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 62 / 178

Ao ouvir a ameaçadora mensagem, disse Juno a Minerva:

— Não adianta lutarmos contra Júpiter, pois ele é o mais forte. Deixemos que ele mate troianos ou gregos, como bem entender.

E, dizendo isto, fez meia volta com os cavalos e penetraram ambas no Olimpo, indo sentar-se nas suas cadeiras de ouro no meio dos outros deuses, tristes e derrotadas.

Por sua vez, o pai dos deuses abandonou o monte Ida e voltou à celeste morada, indo sentar-se no seu trono de ouro, a pouca distancia do lugar onde se encontravam Juno e Minerva. Nenhuma delas se levantou para lhe falar mas Júpiter, que as conhecia muito bem, disse-lhes:

— Porquê tamanha tristeza? Por que razão já não vos vejo a lutar contra os troianos que tanto odiais? Sabei que nem todos os deuses reunido poderiam alterar os meus desígnios. E uma coisa vos digo: se me tivésseis desobedecido, nunca mais teríeis entrado no Olimpo.

Minerva fervia de indignação mas ficou silenciosa. Juno não estava menos furiosa e, não podendo mais conter-se, explodiu:

— Está bem! Não podemos ir contra a tua vontade mas não podes impedir que nos compadeçamos dos desgraçados que vão morrer. E, sempre que tivermos oportunidade, haveremos de dar-lhes bons conselhos, para que não morram todos expostos à tua ira.

— Pois amanhã — respondeu a rir o senhor das nuvens—verás coisas bem piores. Heitor não deixará de destruir os gregos até que eles se resolvam a chamar Aquiles, lá donde ele se encontra, na sua tenda perto dos navios.





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