E quando os deuses acabaram de discutir, o Sol mergulhou no mar e a noite cobriu a terra com as suas sombras. Os troianos lamentaram a escuridão que os obrigava a cessar a luta mas os gregos alegraram-se, pois já não tinham forças para combater.
Heitor convocou os troianos para uma assembleia na margem do rio e, apoiando-se na lança, ainda orgulhoso das recentes vitórias, assim falou:
— Atenção, homens de Tróia, e vós outros, valentes aliados! Pensei que ainda hoje destruiríamos os navios gregos antes do regresso à cidade. Mas tal não permitiram as trevas que nos obrigam ao repouso. É preciso, porém, que estejamos vigilantes e por toda a parte acendamos fogueiras, para que o inimigo não nos escape, fugindo nas suas rápidas naus. Ide alguns de vós à cidade e trazei-nos bastante comida e vinho e avisei lá os velhos e os meninos para que fiquem atentos, de vigília nas muralhas. Por enquanto, são estas as minhas ordens. Amanhã terei outras coisas a dizer-vos. Veremos, então, se o valente Diomedes ainda se atreverá a enfrentar a minha lança e me forçará a recuar para a cidade ou se sou eu que o prostrarei morto, arrebatando-lhe as armas.
Os troianos exultaram ao ouvir as palavras de Heitor e fizeram como ele havia ordenado. Desatrelaram os cavalos e deram-lhes uma boa ração trazida da cidade. Acenderam numerosas fogueiras e sentaram-se ao redor, na expectativa de que o dia amanhecesse e lhes trouxesse a tão almejada vitória.