Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: XI

Página 134
E não minguam bocas que a comam. O Senhor nos não falte com estas côdeas.

- E o bolo que não esqueça.

- Eram bons tempos aqueles em que vocês ambos o comiam como se fosse maná! Esquecer! Olh'agora! Não há-de esquecer, não, se Deus quiser, que não falta por aí gente necessitada com quem se reparta. Vá, vá, raparigada! Não se me ponham agora paradas a olhar para as moscas, que o serviço não espera! Olh'agora! Deita-me o centeio naquela massa, pasmada, avia-te! Parece que nunca viram um rapaz! Bem tirado das canelas é ele, salvo seja; mas isso não basta! Olh'agora! Mas que milagre foi este que te trouxe por aqui a estas horas?

- Um passeio...

- Um passeio!... Hum! aí anda moiro na costa. Olha lá se me desinquietas coisa que me pertença, que tens de te haver depois comigo... Eu ainda tenho um par de sobrinhas que são moças de mão cheia. Ora olha lá. Quem te desse o juízo de Jorge! Aquilo é outro estofo! É verdade, - continuou ela, dando ênfase à interrogação com o poisar das mãos nos quadris - dizem que ele é quem dirige agora os negócios lá em casa?

- Há muito tempo já.

- Pois foi bem pensado! Sim, senhores. Porque olha que eu nunca gostei do frade, Deus me perdoe; e enquanto ao fidalgo, com ser boa pessoa, não serve lá muito para governar casa. E tu que fazes?

- Eu... , eu...

- Passeias; ora pois, pudera! Se este senhor havia de fazer outra coisa. Pois não fazes bem, que pelos modos isso lá por casa não está para graças.

- Que é do Clemente, Ana? - inquiriu Maurício, mudando de conversa.

- O meu Clemente? Ó filho, nem eu sei. Se queres que te diga, o rapaz, desde que o meteram na regedoria, não faz outra coisa. Isto é, eu devo dizer o que é verdade; o serviço aparece feito, isso lá aparece; mas a gente nem sabe quando, nem como.

<< Página Anterior

pág. 134 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 134

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515