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Capítulo 13: XIII

Página 150
E, como não estava à janela, nem ele tinha ainda combinado sinal para a fazer aparecer, eu, para não perder o tempo e as passadas, abri brecha no reduto e entrámos. Ora aqui está. Se isto é ofensa...

Berta respondeu já serenamente:

- Creio que não é, porque não pode decerto haver intenção de ofender-me em quem entra em minha casa na companhia do Sr. Maurício. Ele bem se lembra de que eu fui em pequena a companheira de sua irmã Beatriz, de que sou a afilhada de seu pai, e naquela casa, a que ele pertence, julgo que ainda há, como dantes, muito respeito por estes laços de família e de amizade...

- Há, Berta, há, e tão santo como em outros tempos. E há mais, há a firme resolução de os fazer respeitar aos outros, como lá se respeitam.

- Abranda-te, leão! Não estou disposto a lutar contigo, apesar desses olhares ferozes. Esta menina far-me-á mais justiça, reconhecendo que eu não a ofendi...

- Não falemos mais nisso - acudiu Berta, friamente.

- Mas é um caso de consciência - insistiu o abade.

- Então ninguém tão habilitado para o decidir como um sacerdote - tornou-lhe Berta, com desdém.

Gargalhada do mano bacharel.

- Chucha! Ora mete-te com ela, anda.

- Em coisas de coração - redarguiu o padre, galanteadoramente - são melhores juízes do que os sacerdotes as madamas.

Berta contraiu a fronte com desgosto e respondeu-lhe com maior severidade:

- Quando elas têm um pai, podem eles também ser juízes. E o meu aí vem.

Efectivamente chegava Tomé da Póvoa.

O honrado fazendeiro, que tinha a sua opinião formada a respeito dos fidalgos do Cruzeiro, franziu o sobrolho, assim que os avistou com a filha.

Nem a presença de Maurício bastou para tranquilizá-lo.

Tomé conhecia de pequenos os rapazes da Casa Mourisca e sabia até que ponto se podia contar com o que em Maurício havia de bom, e recear do que nele havia de mau.

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pág. 150 (Capítulo 13)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 150

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515