Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 15: XV

Página 189
Nunca lhe conheci essas tendências.

- Nisso mesmo que dizes dele se está a perceber que há espinho lá dentro.

- A prima há-de perdoar-me a franqueza; mas já vejo que tem o defeito do seu sexo, que é não poder imaginar que haja sobre o carácter e a boa ou má disposição de um homem outra influência que não seja a de uma mulher.

- E quando os homens se ocupam tão pouco de coisas graves, como... certos que nós conhecemos, a lei não deixa de ser verdadeira.

- Engana-se; vê? Os homens da minha índole são exactamente aqueles que estão menos sujeitos à influência que diz. Aceitamos a infidelidade e a inconstância feminina como um facto natural e com que já contávamos, porque em nós nunca se desenvolvem aquelas ilusões que levam muitos espíritos a endeusar a mulher. Estamos prevenidos para todas as ocorrências, porque nunca nos esquecemos da fragilidade desse delicados objectos, que amamos só porque são frágeis e delicados. As grandes desilusões e os profundos desesperos são para os que fazem do amor um culto e sonham a mulher de uma essência superior. Persuadem-se de que é de cristal a bola de sabão matizada que os seduz, e portanto ficam muito desconsolados quando ela se lhes desfaz no ar.

- Cada vez confirmo mais a minha suposição. Eras bastante delicado para me poupares essa teoria de mau gosto sobre a mulher, se não estivesse falando em ti o despeito por uma causa recente.

A exactidão da observação da baronesa feriu Maurício no riso e fê-lo balbuciar, corando:

- Peço perdão, se a minha franqueza a ofendeu, porém...

- Não te canses a desculpar-te. Eu até achei graça a essa profissão de cepticismo, já muito meu conhecido, mas que não sabia que também nascia nos bosques, onde julguei que se haviam refugiado as boas crenças desde que emigraram das cidades.

<< Página Anterior

pág. 189 (Capítulo 15)

Página Seguinte >>

Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 189

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515