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Capítulo 18: XVIII

Página 241
Veja o que faz! A prudência...

- Sossegue, frei Januário - atalhou D. Luís com um sorriso amargo. - Não imagine que venho praticar alguma violência. Já lá vai o tempo em que nós resolvíamos à força de braço os nossos pleitos. A nossa vez passou, bem vê.

O padre conhecia pelo tom da resposta que o fidalgo estava já mais quebrado, mas ainda pouco disposto para explicar-se.

Para se chegar à casa de Tomé da Póvoa por o lado por onde D. Luís seguia, tinha-se de tomar por uma avenida de olmeiros, orlada por sebes naturais formadas de madressilvas e de roseiras. No fim desta avenida ficava uma das entradas da quinta do fazendeiro, que era a parte que ele cedera às predilecções da filha e da mulher, e onde as balsaminas, os limonetes e hortênsias cresciam vigorosas, e a relva rescendia com as violetas e malvas que a entremeavam.

D. Luís desceu lentamente a avenida, com os olhos fitos no portão da quinta.

- É aquela uma das entradas da propriedade, não é? - perguntou ele ao padre.

- É, sim, senhor. Repare V. Ex.ª que é um portão de quinta nobre. Falta-lhe o brasão.

O fidalgo calou-se e não tirou os olhos do portão da quinta, da qual se ia avizinhando. Passados alguns instantes respondeu à observação do procurador, dizendo:

- Dentro de alguns anos mais pode comprar barato o da Casa Mourisca. Os meus filhos não serão exigentes no preço.

O padre não soube bem o que devia dizer neste caso. Limitou por isso a expelir um simples «Oh!» sem entonação que o definisse.

Chegaram enfim ao portão. D. Luís ordenou ao padre que tocasse a sineta.

Este ia a fazê-lo, quando se voltou dizendo:

- Anda gente cá dentro.

D. Luís não foi superior a certo sobressalto ao ouvir a notícia; vencendo-se, porém, caminhou, resoluto e com a fronte contraída, para diante.

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pág. 241 (Capítulo 18)

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Capa do livro Os Fidalgos da Casa Mourisca
Páginas: 519
Página atual: 241

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 25
IV 42
V 54
VI 62
VII 72
VIII 86
IX 102
X 114
XI 127
XII 137
XIII 145
XIV 155
XV 168
XVI 197
XVII 214
XVIII 233
XIX 247
XX 255
XXI 286
XXII 307
XXIII 317
XXIV 332
XXV 348
XXVI 358
XXVII 374
XXVIII 391
XXIX 401
XXX 414
XXXI 426
XXXII 440
XXXIII 450
XXXIV 462
XXXV 477
XXXVI 484
XXXVII 499
Conclusão 515